sábado, 2 de novembro de 2013

Morte: o maior tabu da vida


Olá! Quanto tempo! Mil desculpas aos que curtem acompanhar o meu blog, mas não tenho conseguido mesmo me dedicar. Estou comprando tempo. Quem tem? Rs...

Há muito tempo quero escrever sobre este assunto que faz muitos se arrepiarem, mas uma infinidade de questões me dizia: “ainda não é o momento”. Pulei da cama hoje e pensei: “chegou a hora!”.

Todos conhecem aquele tal pensamento “A morte é a única certeza da vida”, mas, de fato, ninguém sabe lidar com ela. Eu, por exemplo, precisei viver a dor, o desespero, sentir o meu chão se abrir, buscar forças de onde eu nunca imaginei ter e administrar toda a carga desses sentimentos para aprender a lidar com ela. Depois disso tudo, que eu não desejo a ninguém, eu passei a me questionar o porquê de ser um tabu. É uma coisa louca que eu não sei se vou conseguir explicar.

Antes de a morte aparecer na minha vida de forma tão dolorosa, eu era dessas que ficava constrangida ao descobrir que alguém havia perdido um ente. Não sabia o que dizer, fazia aquela cara de “puta que pariu” (desculpem-me pelo o palavrão, não achei definição melhor), mas não sabia que era EU que gerava todo aquele constrangimento e não a pessoa que partiu, muito menos a que estava me contando do fato.

Hoje, como eu mudei de lado na história, tive que aprender a lidar com essas situações. Continuo entendendo o lado de quem se sente na obrigação de consolar quem perdeu alguém, mas me pergunto, por que EU não conseguia enxergar que quem tem a missão de carregar toda a carga que a morte deixa, tem também uma vida pela frente? E o fato de ela omitir que perdeu alguém, para não gerar o tal constrangimento, não fará com que o seu ente ressuscite para ela apagar a morte de sua vida.

Quem perde alguém aprende, seja à força ou de forma extremamente lenta, a conviver com a dor. Muitos admiram a forma que eu lido com a perda do meu filho. E eu não falo do Davi de forma “tão natural” e feliz para provar que sou forte. Essa foi a MINHA forma de conseguir voltar a viver. Nem eu imaginava como seria. Mas hoje, a única coisa que quero é não apagar toda a alegria que o Davi plantou na minha vida. Aquele sorriso lindo, as bilocas azuis que olhavam para mim, até aquela mãozinha gostosa me fazendo carinho, eu não deixei e nunca deixarei morrer. O meu amor é muuuuuito maior do que a morte! Além disso, o que eu mais aprendi foi que TODOS têm uma missão. A do Davi, apesar de curta, foi tão intensa que eu sinto que ainda não terminou. A minha então, muito menos. Tenho uma missão longa pela frente, não necessariamente longa de tempo, mas com uma lista de tarefas grande a ser cumprida.

A morte é fria, escura e cheia de interrogações sim. Mas, tenho que admitir que ela nos ensina tantas coisas. Afinal, quem nunca foi a um velório e caiu naquele rio de pensamentos: a gente nunca saberá o dia de amanhã, ele (a) tinha tantos planos, era tão alegre, tem tanta gente ruim que não morre... E, pelo menos por um dia, passa a dar valor às coisas simples da vida. Quem nunca?

6 comentários:

  1. Vc realmente foi e está sendo uma guerreira, o principal de tudo isso é como nitidamente percebemos o amor e a gratidão com que vc viveu da hora que soube estar grávida até o final , isso nos comove muito, um grande abraço e que Deus te abençoe grandemente...

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  2. É cunhadinha, a morte é mesmo um mistério mas o AMOR é maio. Só quando acontece com a gente é q temos a dimensão do quanto é difícil lidar com ela. Mas como vc disse, os q ficaram tem q arrumar um jeito de continuar vivendo. E da melhor forma possível, pois a missão do nosso ente querido aqui na terra se findou mas a nossa não. Se ainda estamos aqui é pq ainda temos muito a aprender e acima de td colocar em prática todo nosso aprendizado. Eu já tinha passado por isso antes e busquei na fé em Deus a melhor maneira de superar a dor, mas nunca foi tão difícil como foi com o Davi. A gente sofre por nós mesmos, pela falta q ele faz e sofre tb por ver as pessoas q amamos sofrendo. Mas a força vem mesmo quando a gente acha q não tem forças para superar. E ela vem por td q ele representou e por td q fez para nos mostrar q a nossa missão é muito maior do q imaginamos. E apesar de toda a dor e saudade sinto uma gratidão imensa por td q o Davi me ensinou. E fico feliz de ver q vc achou um caminho para superar a dor. Q Deus nos conforte sempre pois a cada dia, cada mês, cada ano, nossas forças precisarão ser renovadas. Superar não significa esquecer e sim aprender a conviver sem sofrer. Vamos chorar sempre mas tb vamos sorrir ao lembrar daquele sorriso lindo. E uma paz imensa vai nos invadir quando pensarmos nele pq ele estará sempre por perto. Bjao!

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    1. Concordo plenamente, cunhadinha. Isso que vc disse, superar não significa esquecer e sim aprender a conviver sem sofrer, é o que eu digo sempre. Não é pq eu sorrio e consigo me manter "firme", que a saudade não aperta. A questão é que Deus nos dá a cruz e cominhos e meios para facilitar a nossa caminhada, basta a gente querer enxergar. A maioria só consegue ver a cruz, infelizmente. Esse meu lado otimista de ser, de colher lições de tudo, acaba me ajudando. E como eu acredito que a nossa emoção influencia demais na paz do Davi, eu meu lado mãe sempre grita mais alto, eu sempre o melhor para ele, mesmo longe de mim!
      Bjão!

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  3. Lindo, Deborah.

    Com certeza é um assunto que ainda traz muitas interrogações e reticências... mas é um fato.

    Com certeza a missão dele por aqui se encerrou, mas não terminou e deixou um exemplo aqui para nos inspirar.

    Que você receba ainda mais luz e serenidade.

    Como dizem, saudade sim mas tristeza não.

    Abraço apertado e um beijo!

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    1. Obrigada, Carol! O meu anjinho me dá muita luz, de uma forma que eu não consigo descrever!
      E é isso, tristeza jamais!
      Bjãozão!

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