 |
Último momento de alegria |
Que dor, nunca senti uma dor tão insuportável quanto à da última terça-feira (03). Muitos ainda não entenderam o que aconteceu e eu simplesmente não consigo acreditar. É inaceitável ver a pessoa mais importante da sua vida tão bem, brincando, dançando, cantando e te enchendo de beijos e pouquíssimas horas depois encontrá-lo numa moleza, ao ponto de você tentar transferir todas as suas forças a ela. Isso tudo começou com um grande esforço que o Davizinho enfrentou para fazer coco. Em seguida, uma sessão de vômitos. Então, o levamos ao hospital.
Diversas avaliações, mas nada levava ao diagnóstico preciso. A intoxicação alimentar, que estava na crença de todos, foi descartada após os resultados do hemograma completo. E o meu pitoquinho foi só piorando. Depois de uma longa batalha para achar uma UTI, em Brasília, com vaga, e outra para encontrar uma ambulância disponível, ele foi se agravando, mas finalmente, por volta das 2h da manhã da terça, conseguimos a transferência. Ao chegar ao segundo hospital, duas paradas cardíacas, mas felizmente conseguiram reanimá-lo. Depois de horas de procedimentos, fui liberada para ver o meu filho. Por mais grave que o estado dele estivesse, estava muuuuuuuuito longe de imaginar que aquela era a nossa despedida.
Fui para casa descansar e tentar passar forças ao meu marido. Não parava de tremer, mas a confiança era infinita. Às 9h, quando cheguei para visitá-los, recebi a notícia mais difícil de aceitar. Depois de mais três paradas, ele não resistiu, um infarto levou a alegria da minha vida. Repito, que dor, meu Deus, que dor!
A única coisa que me resta é agradecê-lo diáriamente por ter sido MEU FILHO! Como disse no velório, nunca me senti tão amada por ninguém, na vida. Nem os meus pais e o meu marido conseguiram expressar tanto amor por mim. O Davi a todo o momento fazia questão de mostrar que eu era insubstituível. Só quem conviveu conosco tem a mínima noção do que eu estou falando e sentindo. E assim como eu era para ele, ele será eternamente para mim, amado e insubstituível!
 |
Amor recíproco |
O que mais dói agora? É chegar em casa e não ser recebida por aquele calor amoroso dele. É não ter mais aquela festa quando eu giro a chave da porta e ouvir um “Ahhhhhhhh!”, antes de entrar em casa. E ao entrar, não tê-lo mais pulando loucamente e tentando se jogar aos meus braços. As manhãs também estão bem difíceis sem aquela mãozinha me puxando para mamar, ou puxando o meu cabelo e me chamando: “mamã”, para me fazer acordar.
 |
Davi, meu sonho repleto de amor |
Apesar de tanta dor, estou, aos poucos, me conformando, pois com certeza foi o melhor para ele e agora ele não sente dor. Como disse o Diácono Alfredo, em seu velório, o mesmo que o batizou, eu sou mãe de um santo, que mudou a minha vida e de muitos que conheceram a sua história.
Agradeço a todos pelo carinho. Quando bater a saudade dele, olhe para o céu, ele irá iluminar sempre as noites daqueles que o amam! Desde terça-feira, o céu está cada dia mais lindo, pois a minha estrela, a mais linda da constelação está sempre lá, nem que seja para me dar boa noite!
O Minha Vida em Semanas ficará um tempo parado, mas não quero tirá-lo do ar, pois por aqui conheci pessoas maravilhosas e o meu filho ajudou muita gente. Mais uma vez, obrigada por tudo!
A missa de 7º dia do Davi será realizada nesta segunda (09), às 18h30, na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 308 Sul. Quem não puder comparecer, por favor, não tire o Davizinho de suas orações.
Obrigada!
Bjãozão,
De uma mãezinha tentando ter o mínimo da força que seu filho deixou transbordar durante 1 ano e 18 dias de vida.
Davi de Souza - *17/03/2011 - +03/04/2012