quinta-feira, 26 de abril de 2012

EDIÇÃO EXTRA!


Hoje, minha cunhadinha, Cíntia, mandou-me um e-mail que me desabou em lágrimas. Lindo, muito profundo e PARA MIM! Obrigada, cunhadinha! Preciso compartilhar!

“Este ano, aproximadamente 1.000.000 de mulheres serão mães de crianças com alguma deficiência. Alguma vez você já se perguntou como Deus escolhe as mães dessas crianças?

De alguma forma, eu visualizo Deus passeando sobre a Terra, selecionando seus instrumentos para preservação de espécie humana com grande cuidado e deliberação. Na medida em que vai observando, ele manda seus anjos fazerem anotações num bloco gigante:

- Elizabete Souza, vai ter um menino.

- Mariana Ribeiro, menina.

- Claudia Antunes, esta terá gêmeos.

Finalmente Deus diz: Deborah Kelly Ramos de Souza, para esta mande uma criança de coração especial.

O anjo, cheio de curiosidade, pergunta: Por que justamente ela, Senhor? Ela é tão feliz.

- Exatamente, responde Deus, sorrindo. - Eu poderia confiar uma criança de coração especial a uma mãe que não conhece o riso? Isto seria cruel!

-Mas será que ela vai ter paciência o suficiente? Pergunta o anjo.

- Eu não quero que ela tenha paciência demais, senão ela vai acabar se afogando num mar de desespero e autocompaixão. Quando o choque e a tristeza iniciais passarem, ela controlará a situação. 
Eu estava observando hoje, ela tem um conhecimento de si mesma e um senso de independência que são raros e, ao mesmo tempo, tão necessários para uma mãe. Veja a criança que vou confiar a ela, vai ter seu mundo protegido pela família; a família terá que ajudar esta criança com o mundo e isto não será nada fácil.

Deus sorri e diz: Esta mãe é perfeita. Ela tem a dose exata de egoísmo de que vai precisar.

O anjo engasga: Egoísmo? Isto é uma virtude?

Deus balança a cabeça afirmativamente e diz: - Se ela não for capaz de se separar da criança de vez em quando, ela não vai sobreviver. Sim, aqui está uma mulher a quem vou abençoar com uma criança de coração especial.

- Ela ainda não tem consciência disto, mas ela será invejada. Ela nunca vai considerar banal qualquer palavra pronunciada por seu filho. Por mais simples que seja um balbucio desta criança, ela o receberá com um grande presente. Nenhuma conquista da criança será vista como corriqueira. Quando a criança disser “mamãe” pela primeira vez, esta mulher será testemunha de um milagre e saberá reconhecê-lo.

- Quando ela mostrar uma árvore ou um pôr do sol ao seu filho e tentar ensiná-lo a repetir as palavras árvore e sol, ela será capaz de enxergar minhas criações como poucas pessoas. Eu vou permitir que ela veja claramente as coisas que Eu vejo: ignorância, crueldade, preconceito; e vou fazer com que ela seja mais forte do que tudo isto.

- Ela nunca estará sozinha. Eu estarei ao seu lado a cada minuto de cada dia, porque ela estará fazendo meu trabalho e estará aqui ao meu lado.

E qual será o Santo protetor desta mãe? Pergunta o anjo com a caneta na mão.

Deus novamente sorri e responde: Nenhum. Basta que ela se olhe no espelho.”

Sem palavras...

terça-feira, 24 de abril de 2012

Ajudar faz bem²


Já ouvi dizer por aí que trabalho voluntário reduz a depressão... Se é verdade ou não, não sei. Mas, para mim, tem trazido ótimos resultados! 

O Davizinho teve uma missão curta entre nós, mas, QUE MISSÃO! Em um ano e 18 dias foi capaz de dar tantas lições. Cada dia me orgulho mais do meu pitoquinho. E a cada dia desvendo lições que ficaram camufladas entre todas as maravilhas evidentes. 

Quando o meu marido e eu recebemos o diagnóstico do Davi, começamos a jornada de obter informações sobre o assunto, buscar os melhores profissionais e métodos para adotarmos, além de procurar equilíbrio para não passar nenhuma energia negativa ao nosso bebê. E desde o início, Deus colocou diversos anjos em nossas vidas. Tudo se encontrou perfeitamente. Conseguimos uma equipe médica maravilhosa (obstetras que acompanharam o meu pré-natal, equipe do SUS de SP, cirurgiões, pediatras, fisioterapeutas...), a melhor estrutura hospitalar que poderíamos oferecer ao nosso filho e uma vida confortável à criança mais linda que o universo já teve. Fizemos sim a nossa parte para tudo isso acontecer, mas já perdemos as contas de quanta ajuda recebemos para tudo isso ter se tornado real! 

Não só por gratidão a isso tudo, achei o meu ponto de equilíbrio ajudando a quem precisa. E a cada ajuda que realizo, a minha noite é fortemente iluminada por uma estrela linda. Tenho certeza que é ele! E sem dúvida, gritando alegremente um “Ahhhhhhhhhhh!”, lá de cima!

Neste fim de semana, o meu marido e eu começamos uma nova missão, adotamos um orfanato humilde, localizado em Águas Lindas de Goiás (GO), município precário e um dos mais violentos do país, a Casa de Moisés. Uma senhora, conhecida por Mãe Vera, que cuida de crianças há 40 anos, fundou a instituição há 17 anos. Apesar de simples, o abrigo promove um trabalho sério, em busca de oferecer um futuro digno, sem drogas e fora da criminalidade, aos mais de 70 jovens, entre três meses e 18 anos. São crianças e adolescentes órfãos, abandonados, resgatados de agressões e abusos sexuais ou filhos de pais que não têm condições sociais ou de saúde para criá-los.
Mãe Vera



Na nossa primeira visita, levamos as últimas coisas que restaram do Davi e doações de alguns amigos. A nossa meta é voltar mensalmente à Casa de Moisés para ajudar no progresso da instituição. Atualmente, o orfanato está desenvolvendo um prédio que irá oferecer brinquedoteca, salas de estudos, informática, salas de apoio, dispensas para mantimentos e auditório. Tudo isso, por meio de doações. Então, pretendemos ajudar com as 18 janelas que faltam para a obra. E para isso, contamos com a colaboração de nossos amigos e familiares. 

Sonho das crianças ainda precisa de ajuda para se realizar
Quem puder ajudar, com qualquer quantia que seja, por favor, deposite na minha conta. Sempre que eu receber os depósitos, entrarei em contato para confirmar o recebimento. E no dia da entrega, passarei os nomes de todos os colaboradores à Mãe Vera!

Conta:
Banco do Brasil
Deborah K R Souza
Ag: 2888-6
C/C: 10.855-3

Roupas, brinquedos, fraldas, calçados, roupas de cama e berço, materiais escolares, produtos de higiene ou qualquer outra coisa conveniente que me esqueci de citar, também são bem-vindos! Quem tiver doações, entre em contato comigo por e-mail (minhavidaemsemanas@gmail.com) ou pelos comentários, que combinamos a melhor forma para me entregar os donativos.

Muito obrigada pela atenção e com certeza as crianças ficarão super felizes com a sua participação!

domingo, 8 de abril de 2012

Missão cumprida


Último momento de alegria

Que dor, nunca senti uma dor tão insuportável quanto à da última terça-feira (03). Muitos ainda não entenderam o que aconteceu e eu simplesmente não consigo acreditar. É inaceitável ver a pessoa mais importante da sua vida tão bem, brincando, dançando, cantando e te enchendo de beijos e pouquíssimas horas depois encontrá-lo numa moleza, ao ponto de você tentar transferir todas as suas forças a ela. Isso tudo começou com um grande esforço que o Davizinho enfrentou para fazer coco. Em seguida, uma sessão de vômitos. Então, o levamos ao hospital.

Diversas avaliações, mas nada levava ao diagnóstico preciso. A intoxicação alimentar, que estava na crença de todos, foi descartada após os resultados do hemograma completo. E o meu pitoquinho foi só piorando. Depois de uma longa batalha para achar uma UTI, em Brasília, com vaga, e outra para encontrar uma ambulância disponível, ele foi se agravando, mas finalmente, por volta das 2h da manhã da terça, conseguimos a transferência. Ao chegar ao segundo hospital, duas paradas cardíacas, mas felizmente conseguiram reanimá-lo. Depois de horas de procedimentos, fui liberada para ver o meu filho. Por mais grave que o estado dele estivesse, estava muuuuuuuuito longe de imaginar que aquela era a nossa despedida.

Fui para casa descansar e tentar passar forças ao meu marido. Não parava de tremer, mas a confiança era infinita. Às 9h, quando cheguei para visitá-los, recebi a notícia mais difícil de aceitar. Depois de mais três paradas, ele não resistiu, um infarto levou a alegria da minha vida. Repito, que dor, meu Deus, que dor! 

A única coisa que me resta é agradecê-lo diáriamente por ter sido MEU FILHO! Como disse no velório, nunca me senti tão amada por ninguém, na vida. Nem os meus pais e o meu marido conseguiram expressar tanto amor por mim. O Davi a todo o momento fazia questão de mostrar que eu era insubstituível. Só quem conviveu conosco tem a mínima noção do que eu estou falando e sentindo. E assim como eu era para ele, ele será eternamente para mim, amado e insubstituível!

Amor recíproco
O que mais dói agora? É chegar em casa e não ser recebida por aquele calor amoroso dele. É não ter mais aquela festa quando eu giro a chave da porta e ouvir um “Ahhhhhhhh!”, antes de entrar em casa. E ao entrar, não tê-lo mais pulando loucamente e tentando se jogar aos meus braços. As manhãs também estão bem difíceis sem aquela mãozinha me puxando para mamar, ou puxando o meu cabelo e me chamando: “mamã”, para me fazer acordar.

Davi, meu sonho repleto de amor
Apesar de tanta dor, estou, aos poucos, me conformando, pois com certeza foi o melhor para ele e agora ele não sente dor. Como disse o Diácono Alfredo, em seu velório, o mesmo que o batizou, eu sou mãe de um santo, que mudou a minha vida e de muitos que conheceram a sua história. 

Agradeço a todos pelo carinho. Quando bater a saudade dele, olhe para o céu, ele irá iluminar sempre as noites daqueles que o amam! Desde terça-feira, o céu está cada dia mais lindo, pois a minha estrela, a mais linda da constelação está sempre lá, nem que seja para me dar boa noite!

O Minha Vida em Semanas ficará um tempo parado, mas não quero tirá-lo do ar, pois por aqui conheci pessoas maravilhosas e o meu filho ajudou muita gente. Mais uma vez, obrigada por tudo!

A missa de 7º dia do Davi será realizada nesta segunda (09), às 18h30, na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 308 Sul. Quem não puder comparecer, por favor, não tire o Davizinho de suas orações.

Obrigada! 

Bjãozão,

De uma mãezinha tentando ter o mínimo da força que seu filho deixou transbordar durante 1 ano e 18 dias de vida.

Davi de Souza - *17/03/2011 - +03/04/2012